O desempenho da Abecip ficou abaixo da projeção da entidade para este ano, de avanço de 15%. Confira outros detalhes no post. Esse conteúdo é publicado sob a licença Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 3.0 Unported.

SÃO PAULO – O volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis alcançou R$ 53,1 bilhões no primeiro semestre deste ano, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), volume 7% maior que o registrado no mesmo intervalo de 2013. O desempenho do semestre ficou abaixo da projeção da entidade para este ano, de avanço de 15%, para R$ 126 bilhões.

“Mantemos a nossa expectativa de crescimento de 15% para este ano. O crédito é multiplicador do PIB (Produto Interno Bruto). É natural que com o PIB crescendo menos, cerca de 1%, o crédito imobiliário tenha um crescimento mais moderado, mais tímido”, avaliou Octavio de Lazari Junior, presidente da Abecip, lembrando que o primeiro semestre teve um menor número de dias por conta da Copa e outros feriados.

O presidente da Abecip lembrou que apesar de o Brasil ter “parado” durante a Copa do Mundo, o que impactou o volume de crédito imobiliário, em julho e agosto deve ocorrer uma recuperação e os 15% de expansão devem ser alcançados neste ano. Sobre as eleições, ele afirmou que há impacto, mas não deve impedir o setor de alcançar a projeção.

Em junho, o crédito imobiliário somou R$ 9 bilhões, cifra 7% menor em relação a maio, conforme a entidade. O desempenho do período, segundo a Abecip, foi influenciado pelo menor número de dias de trabalho. Na comparação com junho de 2013, quando a indústria registrou o maior volume mensal em 20 anos, de R$ 11,2 bilhões, foi identificada redução de 19%.

Apesar do menor número de dias úteis, por conta da Copa do Mundo no Brasil, de acordo com a Associação, junho teve o segundo melhor resultado para o mês na história recente do sistema financeiro. Em 12 meses até junho, o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis com recursos da poupança totalizou R$ 112,7 bilhões, 18% maior que os 12 meses anteriores.

Foram financiadas, segundo a Abecip, 42,4 mil unidades em junho, recuo de 8% ante maio e de 20% em um ano. No primeiro semestre, foram 256,1 mil imóveis, volume 4,6% superior ao mesmo período de 2013.

A poupança continua com captação líquida positiva em junho, de acordo com a associação, de R$ 2,54 bilhões. No semestre, ficou em R$ 8,3 bilhões.

Inadimplência controlada. A inadimplência no crédito imobiliário está absolutamente controlada, de acordo com Lazari Junior. Ao final de junho, o índice de calotes, considerando atrasos acima de 90 dias, ficou em 1,8%, 0,1 ponto porcentual acima do visto ao final de 2013, conforme dados da entidade. “O brasileiro é muito consciente para comprar imóvel e dá bastante entrada. Isso explica porque a inadimplência no Brasil é tão pequena. Ao dar 30%, 40% de entrada na compra de um imóvel, a chance de deixar de pagá-lo é muito pequena”, destacou o presidente da Abecip, em coletiva de imprensa, nesta manhã.

O montante do financiamento face ao valor de avaliação do imóvel (LTV, na sigla em inglês) ficou em 65% ao final de junho ante 61% em 2010. O indicador, conforme Lazari Junior, comprova a perenidade do setor.

Sobre o funding para o financiamento imobiliário, ele disse que há volume de recursos suficiente para sustentá-lo com tranquilidade até o final do ano que vem, citando o desempenho de captação da poupança, cujo saldo está em R$ 490 bilhões. Há ainda, conforme o presidente da Abecip, fontes alternativas como letras de crédito imobiliário (LCI) e de certificado de recebíveis imobiliários (CRI) que, somados, alcançaram R$ 170 bilhões ao final de junho de 2014.

Projeção. A projeção de 15% para o crescimento de crédito imobiliário neste ano, alcançando montante de R$ 125,6 bilhões, é factível, de acordo com o presidente da Abecip. “Temos bastante crença de que o segundo semestre será melhor. A recuperação deve acontecer já no terceiro trimestre, que será um sinalizador bom. Crescimento 15% é factível, sadio e saudável para o mercado brasileiro”, avaliou ele, em coletiva de imprensa, nesta manhã.

No segundo semestre, conforme Lazari Junior, o mercado de imóveis usados, que praticamente parou em junho por conta da realização da Copa e representa 60% do total, deve retomar no segundo semestre. Em número relativo, segundo ele, o crescimento esperado para a segunda metade do ano parece porcentualmente muita coisa, mas em números absolutos será necessário recuperar o menor desembolso em junho. “A retomada de venda de imóveis usados vai trazer volume novamente. Por isso, acreditamos que vamos fazer os 15% neste ano”, afirmou ele.

Conforme Lazari Junior, como a venda de imóvel usado foi prejudicada, as pessoas que não adquiriram unidades em junho devem avaliar e fechar negócios nos próximos meses. Em junho, o crédito imobiliário somou R$ 9 bilhões, cifra 7% menor em relação a maio, conforme a entidade. Na comparação com junho de 2013, quando a indústria registrou o maior volume mensal em 20 anos, de R$ 11,2 bilhões, foi identificada redução de 19%.

No primeiro semestre, o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis alcançou R$ 53,1 bilhões, segundo a Abecip, volume 7% maior que o registrado no mesmo intervalo de 2013.

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Post originalmente publicado em Estadão

 

 

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