Em 2011, a Rússia se tornou um dos líderes mundiais em termos de crescimento do investimento em imóveis comerciais. No entanto, o volume total de transações no mercado russo não foi grande e pode ser comparado ao de Hong Kong.

Assim como os recursos naturais, os imóveis comerciais da Rússia não deixam de ser atrativos para os investidores nem mesmo face à instabilidade da economia mundial. No ano passado, o volume de investimento em imóveis comerciais russos dobrou, atingindo US$ 8,3 bilhões, segundo a empresa de consultoria Jones Lang LaSalle.

Em comparação com os líderes mundiais, esse montante não é grande e é quase igual ao volume de investimentos feitos no mercado imobiliário de Hong Kong, que ocupou o 6 º lugar no ranking mundial de investimento no setor imobiliário comercial.

Os líderes do ranking são Londres (com US$ 24,3 bilhões), Nova York (com US$ 19, 2 bilhões), Paris (com US$ 14 bilhões), Tóquio (com US$ 13, bilhões) e Singapura (com US$ 9,1 bilhões).

Especialistas atribuem o crescimento à reativação do mercado de capital. Em 12 meses, o volume de créditos concedidos a pessoas jurídicas aumentou em 25%, segundo informou o departamento de pesquisa de mercado da empresa de consultoria Knight Frank. A acessibilidade dos fundos contribuiu para o aumento do valor médio das transações. As transações no valor de mais de US$ 100 milhões representaram cerca de 50%, embora, em 2010, não tivessem ultrapassado 30%.

Cerca de um terço de todas as transações foi feito com a participação de capital estrangeiro, embora, no período pós-crise de 2009 a 2010, a participação de empresas estrangeiras fosse fragmentária. A alta atividade dos investidores em 2011 foi, em parte, uma consequência da acumulação da demanda dos anos passados. “Ao mesmo tempo, no final de 2011, verificamos o aumento das preocupações dos participantes do mercado devido aos problemas financeiros da Europa e a um período de transição política no país que se iniciou com as recentes eleições legislativas e se intensificou face às próximas eleições presidenciais”, assinalou o diretor do departamento de investimentos e vendas da Knight Frank, Evguêni Smirnov.

Os investimentos se distribuíram igualmente entre os segmentos de imóveis comerciais e de escritórios, cabendo a cada segmento 40%.

Tradicionalmente, os hotéis e os armazéns têm demanda menor entre investidores, 13% e 7%, respectivamente. No mercado de Moscou, o segmento de escritórios mantém a liderança em volume de negócios. “Essa discrepância se deve à alta atratividade de instalações comerciais para os investidores”, salientou a Knight Frank.

Tradicionalmente, os maiores investidores do mercado imobiliário russo são empresas dos EUA, Reino Unido, países escandinavos e a própria Rússia. Entre os investidores asiáticos, os mais ativos são os empresários chineses. Entre 2009 e 2010, os investidores chineses aplicaram em imóveis russos US$ 480 milhões, dos quais 350 milhões foram investidos na compra do centro de negócios Greenwood, localizado nos arredores da capital russa. Entre outros projetos, merece atenção o Pérola Báltica, um dos maiores projetos de investimento no mercado imobiliário de São Petersburgo, concretizado com o apoio das autoridades chinesas.

Este ano, os fatores de maior importância para o mercado de investimento serão o estado da economia global e a crise da dívida na Europa. Os investidores internacionais ficarão provavelmente na expectativa, o que, por sua vez, terá reflexo no mercado russo e nas atividades de investimento. “Comparado ao ano passado, marcado por tendências positivas no mercado – a alta atividade de locatários, acessibilidade de fundos bancários, fechamento de transações com investidores estrangeiros-, este ano promete ser um pouco mais complicado. Apesar de o mercado de locação se manter ativo, o financiamento se torna mais caro e menos acessível, o que pode vir a exercer pressão sobre as taxas de capitalização”, disse a chefe do setor de análise de mercados de imóveis comerciais e investimentos da empresa de consultoria Jones Lang LaSalle, Olésia Cherdântseva.

Em 2012, a capital russa poderá assumir a liderança do ranking de preços das habitações de luxo. Esta é a conclusão de uma previsão feita pela empresa Knight Frank. O levantamento analisou 29 cidades em cinco regiões do mundo e chegou à conclusão de que, em Moscou, os preços das habitações de luxo podem aumentar em 20%. Para os autores do estudo, a alta dos preços será provocada pela oferta limitada imóveis de alto padrão e segurada pelo afluxo de capitais de regiões problemáticas do mundo e o desejo de investidores abastados de aplicar seus capitais em ativos reais, inclusive o imobiliário, em vez de lidar com os produtos financeiros voláteis.

Os analistas da empresa Knight Frank não esperam a chegada de investidores estrangeiros ao mercado de imóveis de alto padrão de Moscou onde operam, até o momento, somente construtoras russas.
A oferta de habitações de luxo na cidade está diminuindo, atingindo no terceiro trimestre de 2011 o nível mínimo de 2008. Nos últimos seis meses, não houve nenhum projeto novo no mercado. O número de espaços reservados à construção de habitações é limitado. Além disso, a prefeitura, chefiada desde o ano passado por um novo prefeito, procedeu à revisão dos contratos de investimento concluídos pelo governo anterior da cidade. “A situação é agravada pelos riscos decorrentes da proibição de construir novas habitações dentro do terceiro anel, decretada pela nova prefeitura. Ao mesmo tempo, a demanda pelas habitações de luxo na capital russa permanece estável, o que nos permite falar sobre a próxima escassez de oferta que irá provocar a alta dos preços em 2012”, disse a diretora regional do departamento de imóveis residenciais da Knight Frank Rússia & CIS, Elena Yurguêneva.

O conteúdo original desse post foi publicado no blog Clipping Imóveis

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