Autoconfiança, sorriso no rosto, orgulho, sensação de dever cumprido e, especialmente, vontade de gastar. Estes são alguns dos sentimentos que todo corretor tem ao receber suas comissões.

É sabido que hoje, um dos fatores que mais atraem os profissionais para a corretagem imobiliária é a possibilidade de altos ganhos financeiros, e, inclusive, já abordamos este tema por aqui. Esta é uma realidade concreta no mercado.

Com apenas uma venda, um corretor de imóveis pode ganhar um valor que muitos trabalhadores demorariam alguns meses para conquistar, mesmo juntando todas as suas economias.

Contudo, na contramão desta realidade, vem um fato bastante perturbador em nosso mercado: ao mesmo tempo em que um corretor ganha muito bem, ele vive endividado e sem dinheiro. Sabe porque isso acontece? Eu te respondo: pela ausência de uma gestão financeira, tema do nosso artigo de hoje.

Eu sempre trabalhei na área comercial. Atuava como representante comercial no segmento de cosméticos antes de “virar” corretor, isso mesmo, a maioria vira corretor, mas isso é assunto para outro post.

Quando entrei para o mercado imobiliário, foi uma grande transformação. Confesso que me assustei, e, sobretudo, me entusiasmei com minhas primeiras comissões. Durante um bom tempo achei, e muitos ainda acham, que a venda era sorte de principiante.

Vendia bem, mas vivia sem dinheiro. O que ganhava, eu gastava. Hoje, eu digo com bastante consciência que sobrevivia e não vivia do mercado imobiliário.

Depois de muitos apertos e dívidas, aprendi que a vida de corretor exigia planejamento e disciplina. Por isso separei 5 dicas que me ajudaram a ter uma vida financeira equilibrada e perene. Hoje, as compartilho com você.

 

1. Controle-se e trace um objetivo

Todo início de uma mudança de atitude não é fácil e no planejamento financeiro não é diferente. A vontade de gastar e consumir é muito grande. Contudo, controle-se! O impulso é um grande inimigo de uma situação econômica saudável.

O que me ajudou bastante foi a definição de um objetivo para minha vida. Este objetivo fazia com que eu economizasse, pois tinha consciência de que para alcança-lo eram necessárias algumas renúncias no presente para um futuro de êxito.

Então, estabeleça um objetivo real. E na hora que o impulso de gastar desnecessariamente aparecer, acredite, seu objetivo saltará aos olhos e a possibilidade de ter consciência leve falará mais alto.

 

2. Entenda que você só pode gastar o que você ganha

Acreditava que este pensamento era um clichê e cheguei muitas vezes a debochar de quem tinha esta dica como uma filosofia de vida.

Contudo, entender a importância de basear os gastos em meus ganhos foi um divisor de água em minha vida, e assim, consegui começar a guardar dinheiro.

Minhas comissões passaram então a ser divididas da seguinte forma: 40% para gastos profissionais e pessoais e 60% para o F.F.E.G.M, o Fundo da Felicidade Eterna do Guilherme Machado, isto mesmo, uma forma divertida de me lembrar da importância de poupar e planejar financeiramente o meu futuro.

Com isso, passei a planejar melhor os meus gastos, investindo naquilo que era essencial para os meus objetivos, mas sem esquecer daquilo que é fundamental para a vida: a felicidade. Crie você também o seu, F.F.E, seu fundo de felicidade eterna.

 

3. Não dependa da venda para pagar suas contas

Como assim Guilherme, se eu não tiver minhas vendas, como irei pagar minhas contas, como não depender dos meus resultados? Parece contraditório, mas não é!

Se existe um sentimento que pode prejudicar o nosso desempenho em vendas é a pressão por vender a todo custo para honrar com uma dívida. Nós nos tornamos mais ansiosos e impacientes e acreditamos que o cliente tem que comprar o primeiro apartamento que apresentamos, pois precisamos pagar a prestação do cartão de crédito que já está vencida.

Esta dependência acaba prejudicando seu atendimento e, consequentemente, sua relação com o cliente. É como uma reação em cascata, uma vez que esta dependência ainda impacta o seu planejamento financeiro e o seu Fundo de Felicidade Eterna.

Planeje seus rendimentos de um modo que em um período de possíveis baixas nas vendas você tenha uma reserva para honrar com os compromissos previamente assumidos.

 

4. Controle tudo de perto

Ter o controle das finanças, certamente, é a garantia de que tudo irá funcionar. Acompanhe sua vida financeira com frequência. Se você não tem conhecimento sobre o seu caixa e suas despesas, como criar indicadores para saber se está no caminho certo? Como saber se os três itens até aqui compartilhados estão sendo executados?

Hoje, já existem vários sites gratuitos de controle financeiro que podem nos ajudar a fazer este acompanhamento. Faça uma pesquisa sobre eles e veja qual é o mais apropriado ao seu perfil. Só conseguimos gerenciar aquilo que é tangível. #ficadica

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5. Tenha certeza: ao se tratar de finanças não existem milagres

Delete definitivamente termos como: Ah! se eu tivesse isso… Ah! Quando isso acontecer… Ah! Por que não fiz isso… Ah! Ah! Ah!

Para atingir seus objetivos, você precisa ter metas claras, um bom planejamento e ter consciência das contrapartidas, pois na vida nada vem de graça. Para se tornar um corretor de imóveis de sucesso, você tem que querer, e este querer vem repleto de escolhas que envolvem renúncias e o desbravamento de novos caminhos. Quais escolhas você tem feito?

Muitos corretores ficam deslumbrados com as primeiras comissões e têm a falsa impressão de que vender é “muito fácil” e perdem o foco, pois acham que irão repor rapidamente o seu estoque financeiro. Este é um grande problema e a fonte dos principais desafios financeiros que um profissional encontra.

A venda é fruto de um processo que tende a ser mais fácil a partir do momento em que nos empenhamos em dar sempre o nosso melhor, nunca menos que isso.

Pensar que a venda é fácil e possível de acontecer é um bom começo para mudarmos as nossas atitudes. Porém este pensamento deve ser transformado em um comportamento diferenciado, pois só assim conseguiremos caminhar para uma vida financeira equilibrada.

Pratique isso, quebre regras. Envolva e seja envolvido. Sucesso!

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14 comments
  1. Parabéns Guilherme! muito bom o texto!
    Sem dúvidas, se não mantermos os controles das finanças,
    iremos ter uma folga financeira muito apertada,
    o fluxo de caixa também é essencial para possiveis previsões futuras(entrada e saída de dinheiro), assim podemos nos programar melhor!

    Abraçoss

    1. Olá João Zago,

      Obrigado por seu envolvimento em nossa reflexão e por contribuir compartilhando conosco a sua opinião. Acredito que por meio desta troca de experiências o mercado imobiliário tende a crescer cada vez mais.

      Esteja sempre à vontade para interagir conosco.

      Juntos somos fortes!!!

    1. Ola Rafael,

      Obrigado por sua participação. Você também pode contribuir para o nosso blog se tornar cada vez mais relevante e instrutivo para os profissionais do mercado.

      Portanto, esteja sempre à vontade para interagir conosco e trocar experiências.

      Juntos somos fortes!!!

  2. Muito Legal Guilherme, me identifiquei demais com as suas dicas, já fui muito descontrolado, hoje tenho uma planilha de gastos e´tenho um “salário-objetivo” para quitá-los, as comissões que entram e altrapassam esse valor vão pra poupança, estou vivendo mais feliz assim.

    1. Excelente iniciativa Roberto, obrigado por compartilhar a sua tática conosco.

      Seja o salário-objetivo ou o Fundo da Felicidade Eterna, o importante é criarmos mecanismos para mantermos nossa saúde financeira equilibrada.

      Juntos somos fortes!!!

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