“Dizem que a mulher é o sexo frágil, mas que mentira absurda”. Este trecho da música Mulher, interpretada por Erasmo Carlos, ilustra bem o tema do nosso artigo de hoje. Vamos descobrir o porquê?

Em comemoração ao dia dedicado inteiramente a elas, resolvi prestar uma merecida homenagem a todas as mulheres abordando um assunto que é extremamente relevante, sobretudo para o mercado imobiliário: a importância da mulher na aquisição do imóvel.

Elas que até pouco tempo eram vistas como frágeis, responsáveis pela educação dos filhos ou simplesmente donas de casa, hoje ocupam papéis cada vez mais importantes na dinâmica social como líderes mundiais, presidentes de países, executivas em corporações, entre outros cargos de destaque.

Para se ter uma ideia dessa transformação, uma matéria publicada na revista Exame PME*, no dia primeiro deste mês, mostra que a participação da mulher frente às pequenas e médias empresas brasileiras é cada vez maior. Em 2001, o percentual era de 71% de homens donos do próprio negócio enquanto que as mulheres representavam apenas 29% dos casos.

Quase 10 anos depois nota-se uma situação completamente modificada. As mulheres passaram a representar 49% nesta participação à frente dos negócios enquanto que o percentual de homens era de 51% em 2010.

Pesquisas ainda revelam que atualmente o sexo feminino representa mais de 40% da População Economicamente Ativa no país (PEA) e influencia cada vez mais no fechamento dos negócios e de maneira diferenciada no setor de imóveis.

A experiência vivida no segmento imobiliário e o contato direto com os clientes me levaram a observar a evolução da mulher no mercado posicionando-se como um dos principais filões de negócios. Situação que é reforçada pelos números apresentados acima.

Ultimamente temos verificado uma exaltação dos países em desenvolvimento como um novo mercado para ser potencializado pela economia, mas hoje o segmento imobiliário necessita ampliar o olhar para o público feminino que se configura como um grande mercado emergente.

Podemos dizer que estamos passando por uma verdadeira metamorfose com a transferência de um papel mais passivo das mulheres para uma postura mais ativa e de destaque na sociedade.

Diante disso, as empresas estão buscando cada vez mais por inovações em seus negócios para atender às demandas específicas desse perfil de consumidor. Percebemos uma adaptação na linha de produção de automóveis com enfoque nas necessidades femininas e um grande crescimento da indústria de cosméticos e beleza, por exemplo.

E o mercado imobiliário segue o mesmo caminho. As construtoras e imobiliárias estão se adaptando para atender a esse perfil ativo de consumidor que possui um grande poder de decisão e também de compra.

Percebe-se que as mulheres não só influenciam na escolha de imóvel como também complementam ativamente a renda dos maridos na hora do pagamento. Do mesmo modo, com o aumento do poder de compra feminino, elas também passaram a custear sozinhas o valor do imóvel.

Com isso, hoje já vemos empreendimentos que trazem como principais atrativos itens diferenciados para o público feminino como o “Espaço Mulher” que em muitos casos contemplam salão de beleza, sala de ginástica, SPA, espaço zen, entre outros.

Os próprios estandes de vendas também revelam sinais dessa metamorfose e passam a oferecer facilidades como a presença de recreadores para cuidar das crianças enquanto os pais conversam com os corretores.

Para a mulher isso é um grande diferencial, pois ela passa a dedicar maior atenção ao contato com o corretor a fim de analisar com tranquilidade todos os detalhes de um empreendimento. Sendo assim, quanto mais à vontade as crianças estiverem em um ambiente, maior é a possibilidade de a mulher optar pela compra com a empresa que oferece esse tipo de comodidade.

Ouso até dizer que a figura do homem machista que tem o poder da palavra final está sendo desconstruída e que os homens estão até gostando dessa autonomia da mulher, dada a relevância do seu papel no mercado imobiliário.

E nós, corretores de imóveis, devemos estar bastante atentos a esse perfil de consumidor tanto no momento da prospecção quanto na mostragem de um imóvel.

Comprovadamente, as mulheres são mais sensíveis aos detalhes de um empreendimento. Elas se preocupam desde a segurança até as facilidades que o imóvel possui e que poderão melhorar o seu dia a dia, uma vez que ocupam várias funções ao mesmo tempo, ora trabalhadoras, ora mães, ora donas de casa, ora estudantes e assim por diante.

Diante desse cenário convido os profissionais do segmento imobiliário para uma reflexão e também para um exercício. Aceita esse desafio?

Hoje, tanto o homem quanto a mulher estão mudando os seus hábitos de vida. Temos uma realidade bastante presente: as mulheres estão dominando o poder de decisão sobre a escolha de imóvel e também aumentaram o seu poder de compra.

Além disso, essas mulheres começam a transformar o seu modelo de moradia, passando a residir sozinhas em função de um retardo nos planos de casamento ou de ter filhos. Do mesmo modo, passam a investir também em imóveis com objetivos profissionais. Percebe-se ainda um aumento no número de mulheres que procuram por um novo apartamento para residir apenas com os filhos.

Atente-se a essa mudança e faça um exercício. Questione-se: o que essa mulher busca nesse imóvel? Como ela gostaria de residir? Essa mulher é uma mãe de família ou uma empreendedora em busca de independência? Como fazer para conquistar a sua confiança? O que fazer para atrair esse novo perfil de consumidora ativa? O mercado imobiliário com seus corretores, construtoras e imobiliárias está preparado para atender a esse novo perfil de consumidora?

Você já pensou nisso? Ou você ainda pensa que a mulher é apenas o sexo frágil? Compartilhe conosco a sua ideia.

Feliz Dia Internacional da Mulher!

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*Disponível em http://exame.abril.com.br/revista-exame-pme/edicoes/0046/

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12 comments
  1. Muito interessante sua visão. Estou convivendo com esse publico , As mulheres estão saindo em busca do imóvel com um perfil definido , temos que ter atenção e dedicação para atender de forma diferenciada porque é um publico que si perceber seu poder de compra no mercado imobiliário.

    1. Isso mesmo Yuri. Temos de nos adaptar a esse novo perfil. Esse vai ser o nosso diferencial estratégico. Conforme relatado no texto, identifico esse segmento como um “grande mercado emergente”. E quem melhor souber identificar, irá melhor atender.
      Sinta-se sempre à vontade para interagir conosco.

  2. Adorei a materia, tenho lido todas, mais essa em especial me marcou, percebo que ultimamente 80% de nossas vendas quem decide são as mulheres, estamos cada dia mais atentas e entendidas do mercado imobiliario.

    1. Excelente comentário, Rosangela. Sua vivência profissional ilustra exatamente a ideia do texto. Ficamos felizes pelo seu feedback em relação ao acompanhamento dos artigos postados no blog. Estimular e provocar. Essa é a nossa proposta!!!

  3. Continuando a letra da música do Erasmo Carlos, Guilherme : “eu que faço parte da rotina de uma delas, sei que a força está com elas”.
    Oportuno seu texto : já temos provas suficientes, exemplos de sobra, que o mundo seria bem melhor, se grandes decisões fossem tomadas por mulheres, que podem não ser tão práticas quanto os homens mas são seres infinitamente superiores. Abraços

  4. Concordo plenamente. A mulher é cada vez mais ativa no ramo dos negócios tanto como profissional como consumidora e as corporações estão notando isso. A independência que elas adquiriram é o passaporte para explorar situações que antes não eram pensadas ou sugeridas. Acho tudo isso muito positivo, pois assim as empresas passam a pensar em atender as necessidades e desejos de ambos os sexos.
    Parabéns pelo artigo!

    1. Acreditamos nisso Reginaldo. Defendemos no texto, que esse segmento é o novo mercado “emergente”. E quem entende-lo melhor e mais rápido terá uma vantagem competitiva.
      Agradecemos sua visita e comentário. Sinta-se sempre a vontade de compartilhar suas análises. Esse espaço é nosso.

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