Estudos recentes mostraram que os trabalhadores brasileiros produziram uma média de US$ 10,8 por hora trabalhada. Trata-se da menor média entre os países latino-americanos, ficando em pior posicionamento que nossos vizinhos Chile, México e Argentina. E a sua empresa, é produtiva?
Embora os indicativos de produtividade possuam 4 pilares distintos: educação, tecnologia e inovação, burocracia e infraestrutura e competição externa, pretendo, neste texto, dar ênfase ao pilar educação.
Podemos pensar a educação sob dois aspectos: o primeiro é a educação formal, isto é, escolaridade, que não iremos discutir aqui, e o segundo aspecto é o que denominarei de educação continuada, nosso foco de discussão. Mas antes de falar de educação continuada quero traçar um paralelo desse aspecto da educação com a área de Recursos Humanos (RH).
A saber, no departamento de RH temos um subsistema denominado de Treinamento & Desenvolvimento (T&D) que é responsável por diagnosticar, planejar, construir, implantar e consolidar a educação continuada nas empresas.
Formalmente, é de responsabilidade do RH fazer a Gestão de Pessoas (embora todos aqueles que exerçam cargos de liderança precisem assumir esta responsabilidade). Cada vez mais o capital humano de uma organização está se tornando o negócio das empresas (ainda mais se pensarmos na falta de mão de obra qualificada). Empresas produtivas se constroem com profissionais produtivos e para isso precisam ser desenvolvidos, capacitados para garantir a entrega desta produtividade.
Muitas organizações denominam o RH como “Business Partner”, ou seja, parceiro de negócio, devido à importância que o mesmo possui nas organizações, tornando-se cada vez mais estratégico, trabalhando em conjunto com as demais áreas/negócios para diagnosticar, identificar ‘gaps’, desenvolver pessoas para alavancar resultados organizacionais.
Entretanto, arrisco dizer que a maioria das empresas em nosso ramo de atuação – Mercado Imobiliário – não trabalha com políticas de Gestão de Pessoas, ou pior, não dá a devida atenção para o desenvolvimento do capital humano que possui. Posso dizer que 95% das empresas que conheci, nesses três anos que atuo neste mercado, não tinham um departamento de RH e quando tinham, não trabalhavam com práticas de desenvolvimento, de educação para seus parceiros.
Muito dessa mentalidade se dá por motivo de que o corretor é parceiro; a partir disso, emergem duas situações: se é parceiro/autônomo, a responsabilidade de desenvolvimento não é da organização, é de cada um, e segundo, se não é responsabilidade da organização desenvolver, mas garantir a produtividade por meio de metas, é quase que unanimidade que tendo mais pessoas é mais fácil atingir as metas. Daí vem a ideia de quanto mais melhor.
Você também compartilha dessa mentalidade?
Vamos analisar sob a ótica do RH:
Em primeiro lugar, temos que pensar no critério de entrada, ou seja, de seleção desse corretor. Se não há um critério de seleção (perfil para a função, experiência, competências técnicas e comportamentais) é provável que sua empresa fique refém da escassez da mão de obra e dos aventureiros na profissão, fato este que indica que a produtividade de sua empresa talvez esteja funcionando à base de sorte; e, é claro, se é por sorte, melhor aumentarmos as nossas chances tendo mais gente, correto?
Aí aparece o outro problema: o da liderança.
Ter muitos corretores com pouca qualificação significa que os gestores precisarão gastar mais tempo fazendo gestão de pessoas: ensinando, direcionando, motivando, corrigindo e etc. (até porque não possuem RH – políticas de T&S para auxiliá-los neste desenvolvimento). Isso quer dizer que seus gestores estarão muito mais ocupados com atividades operacionais do que estratégicas, sem falar que é quase impossível desenvolver toda a sua equipe da forma como deve ser. E pensando por este lado, os gestores também precisam ser muito bem qualificados para a função que ocupam.
A solução para a produtividade é Educação, sim, investir em educação!
Não importa a posição que você ocupa. Somente com a educação continuada conseguiremos construir pessoas mais produtivas.
Se você é empresário, dono de organização, pense em como poderá levar a educação para sua empresa. Se você é gestor/parceiro da organização, pense em como pode se tornar um profissional melhor e mais produtivo primeiro para você mesmo, depois para sua equipe e, consequentemente, para sua organização. E se você é parceiro/profissional autônomo, trabalhe de forma independente para buscar o seu desenvolvimento, capacite-se para alcançar seu sonho e desejo de prosperar em sua profissão.
Não existe aumento de produtividade sem educação continuada!
Se você gostou do texto, se tem algo a comentar, criticar ou perguntar, deixe seu comentário conosco abaixo. Vamos discutir o poder da educação continuada em nossas carreiras e nos tornarmos, assim, pessoas mais produtivas.
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