Comprar um apartamento ou uma casa nova, com o valor abaixo de R$ 120 mil tornou-se algo raro em Fortaleza. O mercado aquecido está sendo responsável por manter valorizado o preço dos imóveis na Capital. Pesquisa realizada pelo Sindicato da Habitação (Secovi) mostra que, dos 3.100 imóveis comercializados na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), mais da metade (51,5%) tinha dois dormitórios e foram adquiridos por um valor médio de R$ 165.516.
Conforme o levantamento do Secovi, referente ao primeiro semestre de 2012, não são apenas os imóveis com dois dormitórios que estão com a demanda aquecida. Pouco mais de 40% dos apartamentos e casas comercializadas, na RMF, tinham três dormitórios. O percentual equivale a 1.345 imóveis, cujo valor médio ficou em R$ 446.052. Aqueles com quatro dormitórios tiveram um preço médio superior a R$ 1 milhão.
A valorização imobiliária, em Fortaleza e no restante do País, motivou a redução na taxa de juros para o financiamento de imóveis com valores acima de R$ 500 mil, por meio da Caixa Econômica Federal, como O POVO mostrou na edição de ontem. Apesar de, em Fortaleza, a maior parcela de imóveis vendidos, no primeiro semestre do ano passado, ter entre 42 a 66 metros quadrados e um custo inferior a R$ 500 mil, há bairros onde os preços da casa ou de um apartamento ultrapassam esse valor.
De acordo com levantamento da Inteligência de Mercado Lopes Immobilis, bairros como Fátima, Cidade dos Funcionários, Papicu e Dionísio Torres dispõem de imóveis, com três quartos e até três vagas na garagem, cujos valores ultrapassam R$ 500 mil. Em bairros como Aldeota, Meireles, Cocó e Guararapes, apartamentos com até cinco suítes e cinco vagas na garagem chegam a custar R$ 1 milhão.
O aumento da renda dos brasileiros e a maior oferta de crédito, pelos bancos, para o financiamento da casa própria contribuíram para a valorização imobiliária na capital cearense, segundo Sérgio Porto, presidente do Secovi.
Prazos de financiamento
De acordo com ele, o aumento nos prazos de financiamento e a redução dos juros também influenciaram o setor. “São componentes que estão fazendo o mercado funcionar no patamar que o Brasil precisa”, explica Sérgio Porto.
Segundo ele, o estágio alcançado pelos preços dos imóveis na capital cearense acompanham os valores dos insumos, do material de construção, da mão de obra e do terreno.
Números do Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que, no acumulado de 2012, o custo da construção, no Ceará, teve variação positiva de 5,35%, chegando a R$ 789,67 o valor relativo às despesas com os materiais e a mão de obra da construção por metro quadrado.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A valorização imobiliária é resultado do aumento de renda da população, da maior oferta de crédito, do maior prazo para financiamento e dos juros mais baixos. Mão de obra e o valor do terreno também influenciam o custo.
SERVIÇO
Mais informações sobre as taxas de juros da Caixa Econômica Federal
Site: http://www.caixa.gov.br/
SAC Caixa: 0800 726 0101
Deficiente auditivo: 0800 726 2492
Números
9,4%
Ao ano é a taxa de juros efetiva para quem não é cliente da Caixa Econômica
8,4%
Ao ano é a taxa de juros efetiva para quem é cliente da Caixa Econômica
Saiba mais
Segundo Sérgio Porto, presidente do Secovi, uma queda nos preços dos imóveis é uma hipótese descartada.
“Quem é dono de terreno não vai vender barato se está todo mundo comprando. Tudo depende da economia do País. A economia está indo bem. Então, o preço do imóvel vai continuar se valorizando”, justifica.
Na avaliação do vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, os valores dos imóveis na Região Metropolitana de Fortaleza chegaram a patamares que já batem no teto do setor.
“Baixar não baixa, mas subir mais não tem margem”, afirma em relação ao preço dos imóveis.
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