O Brasil tem sido destino de muitos estrangeiros seja para morar ou investir. O setor que mais atraiu empresas de outros países foi o imobiliário. O Banco Central registrou que foram destinados entre R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões a projetos desse segmento, entre janeiro a outubro de 2012. Esse capital faz parte do total de Investimentos Diretos Estrangeiros (IED), US$ 55.306 bilhões, que empresas estrangeiras alocaram no país nesse período.
Mesmo considerando que para solucionar dois terços do déficit habitacional por estes lados do continente seria necessária a aplicação de R$ 18 bilhões/ano até 2030, os empresários não desanimam. De acordo com a Ernst & Young Terco, 60% dos líderes das organizações apostam num cenário futuro bem favorável. Os setores imobiliário e de construção são avaliados positivamente por 30% dos executivos internacionais que preveem um crescimento nos segmentos nos próximos dois anos.
Essas empresas que se instalam no país podem ser um fato para explicar o aumento expressivo de estrangeiros procurando por moradia. O IBGE apurou em 2010 que 455 mil pessoas vieram para cá, um crescimento de 63% em relação a 2000, quando foram registradas 279 pessoas.
Conforme o Censo de 2010, entre os países que decidiram pelo Brasil estão os Estados Unidos em primeiro lugar, com 17,6%; seguidos do Japão, 13,7%; Paraguai, 8,2%; Portugal, 8,2%; Bolívia, 6,2% e Espanha, 5,6%. As cidades mais apreciadas por esse público na época eram São Paulo, 30% do total; Paraná, 14,7%; Minas Gerais, 9,8%; Rio de Janeiro, 7,6% e Rio Grande do Sul, 5,3%.
Algumas preferências continuam inalteradas. Baseada nas 3 milhões de visitas que recebe mensalmente, uma pesquisa do Portal Imobiliário VivaReal aponta os Estados Unidos ainda à frente liderando o ranking. Portugal, Itália, Espanha e Reino Unido seguem a lista.
A busca no site indica que as regiões apreciadas pelos estrangeiros são, em ordem decrescente, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte e Florianópolis. Entram ainda nesse rol de preferências dos executivos outras capitais como Curitiba e Porto Alegre.
Especialista em locação e vendas de imóveis para estrangeiros, Silvia Makansi, da Anglo Americana – dirigida a todos os nichos de negócio –, sugere o fluxo de busca de imóveis no Brasil, principalmente em São Paulo, como termômetro econômico. “Crise movimenta a ida e vinda de estrangeiros. As decisões das companhias de mudar ou ampliar para novos mercados refletem diretamente na procura por imóveis. Em alguns períodos é surpreendente a chegada de empresas de nacionalidades menos comuns, como Lituânia e Zimbabue. Mas atualmente tem havido um equilíbrio; o mais comum mesmo é recebermos demanda da França, Japão, países do Mercosul, e sempre dos Estados Unidos .”
Ainda de acordo com Silvia, os executivos vêm pela empresa onde trabalham e estão na faixa entre 30 e 40 anos de idade. Optam por apartamentos de três a quatro dormitórios, próximos às escolas dos filhos, aos parques, ao metrô porque muitos deles não dirigem por aqui. “Gostam de qualidade de vida e contar com facilidades, como boa infraestrutura em torno da moradia. Procuram condomínios com área de lazer bem servida, piscina, principalmente. E o tíquete médio dos imóveis fica por volta de R$ 5 mil,” conclui.
Estrangeiros vêm para trabalhar, mas trazem também na bagagem expectativas concretas em ralação ao Brasil: tropical, alegre, repleto de possibilidades para quem gosta de curtir a vida. A imagem internacional forte é ainda aquela do Brasil do Carnaval, samba, futebol e de muito sol. Como não se empolgar em morar num lugar desses?
Post originalmente criado por Renata Hernandes, do Portal de Imóveis VivaReal.
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