SÃO PAULO – O Brasil possui os preços mais baratos de imóveis dentro do BRICS – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, conforme relata a pesquisa do especialista em investimentos Richard Rytenband. Em média, o preço do metro quadrado no Brasil é de US$ 3.836, bem abaixo da Rússia, que tem o metro quadrado mais caro do grupo: US$ 16.991.
Rytenband fez o levantamento utilizando dados do site Global Property Guide, considerando dois critérios de comparação: o preço do metro quadrado dividido pela renda per capita de cada população e a rentabilidade média dos aluguéis (preço do metro quadrado médio dividido pelo preço do aluguel médio).
No primeiro critério, o Brasil é o país do grupo que possui o menor valor de metro quadrado pela renda per capita: 0,33. Isso significa que o preço do metro quadrado no Brasil é igual a aproximadamente um terço da renda média do brasileiro. Na Índia, o metro quadrado custa 3,10 vezes o valor da renda per capita do país.
Já quando comparamos a rentabilidade dos aluguéis, o Brasil é superado somente pela África do Sul, com 5,77% ante 5,71% do Brasil, representando valores distantes dos outros três países. E novamente a Índia é o mais desigual – com rentabilidade média anual em 2,66%.
“Historicamente em situações de mercado imobiliário com preços muito elevados e com bolhas próximas de estourar, a rentabilidade ficou próximo ou abaixo de 3% ao ano”, diz Rytenband, que concluiu que China e Índia estão com valores abaixo da “zona perigosa”.
Perigo descartado
“Para o Brasil alcançar o patamar de precificação desses países precisaríamos de mais rodadas de valorizações significativas nos próximos anos”, explica ele, comentando que os analistas deveriam estar mais atentos ao caso indiano, além da já comentada bolha chinesa. Índia e China alcançaram rentabilidades de 2,68% e 2,66% respectivamente.
“Quando a renda e os preços dos imóveis crescem no mesmo ritmo, não há qualquer chance de bolha já que o movimento tem fundamento e sustentação”, conta Rytenband, que acredita que quando os preços de imóveis crescem de forma persistente, de uma maneira muito mais acelerada que a renda média, então entramos num estágio de perigo, pois o poder de compra da população não mais acompanha a escalada do preço dos imóveis, tornando-os cada vez menos acessíveis.
Projeção para 2013
Em entrevista ao portal InfoMoney, Rytenband explicou que os preços dos imóveis estavam perdendo para a inflação entre 1995 e 2007 mas, em 2008, passaram a subir significativamente. “Para 2013 podemos esperar mais valorizações, mas num ritmo inferior ao observado recentemente pois na relação risco x retorno, o mercado não está mais tão sustentável”, diz.
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