As facilidades de pagamento para aquisição da casa própria, o aumento do poder aquisitivo da população e os investimentos no setor imobiliário têm impulsionado o mercado e ampliado a demanda por corretores de imóveis. Segundo pesquisas, entre os anos de 2008 e 2012, a profissão obteve um crescimento de 83,14% e a expectativa é de ainda mais aumento nos próximos anos.

“O mercado mudou muito. A profissão não era vista com bons olhos, mas se desenvolveu e é reconhecida. A bola da vez é o mercado imobiliário. Mas, não adianta apenas querer vender, é preciso saber vender, ter vontade de fechar um bom negócio e ter argumentos para isso. É preciso qualificação”, ressalta Fernando Antunes, diretor da Lopes.

Segundo ele, para atender o público, que está cada vez mais exigente, os corretores precisam se especializar.

“A maioria tem formação de 2º grau e até mesmo em curso superior. São profissionais que têm postura, bom português, vasto conhecimento de mercado, organização. A área paga bem, mas paga para quem trabalha, para quem atende os pré-requisitos do mercado”, pontua.

“Somente neste ano, tivemos cerca de mil alunos matriculados no curso de Técnico em Transação Imobiliária do Centro de Formação Profissional Paulo César Dias de Souza, instituição do Sindicato dos Corretores de Imóveis de Minas Gerais (Sindimóveis/MG)”, acrescenta Pascoal Anselmo Santiago, presidente do Sindimóveis/MG, que também frisa a importância da qualificação para conseguir reconhecimento profissional.

Carreira. Insatisfeita com o serviço de bancária, Paula Mota resolveu se especializar para seguir a profissão de corretora de imóveis.

“Trabalhei durante sete anos em uma agência bancária e uma das minhas insatisfações era com o reconhecimento profissional. Estava insatisfeita com o que eu recebia e resolvi me especializar para ser corretora. Os desafios são diários. Não basta apenas fazer a venda. É preciso gerenciar os passos dos clientes, saber fazer uma análise mercadológica, orientar o consumidor sobre os preços, dar feedbacks. É preciso ter foco”, diz ela.

Paula também afirma que é importante cumprir as responsabilidades.

“Como autônoma, eu faço meu salário e meu horário. Quem atua na área tem que tomar cuidado, pois essa flexibilidade envolve meta pessoal. Quem não cumprir essa meta, provavelmente, não terá resultado positivo. É importante lembrar que todos os corretores têm que ter certificado do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), seja o profissional ou o de estagiário. Os clientes buscam isso, valorizam qualificação. Estou muito satisfeita”, afirma.

“O maior desafio da área é conhecer o perfil do cliente. Cada cliente é único e deve ser tratado de maneira exclusiva. A pessoalidade é fator diferencial em um corretor. Quanto às vantagens, é uma profissão maravilhosa, que trabalha com o sonho das pessoas e na qual terá sempre campo de trabalho, além de proporcionar boa renda, bom relacionamento, boas condições”, complementa Pascoal Santiago, que diz também que, em média, o valor mínimo que um corretor de imóveis recebe é de R$ 30.000 por ano.

“O corretor ganha uma porcentagem por cada transação imobiliária concluída, havendo uma tabela referencial para essa porcentagem, onde a venda de imóveis urbanos são de 6% à 8%”, explica ele.

De acordo com especialistas, as vantagens da qualificação valem também para os clientes, que devem exigí-la, seja solicitando a carteira do Creci-MG, avaliando o trabalho ou pedindo auxílio no Sindimóveis/MG para esclarecimento de dúvidas.

Apoio. Visando capacitar os profissionais, empresas estão apostando em investimentos.

“Investimos em cursos de curta duração e em espaço físico. Na empresa, estamos com máquina e mesa para cada corretor, o que qualifica a o trabalho e melhora na produção”, conta Breno Donato, diretor da Anuar Donato.

“No intuito de ter uma equipe formada por corretores bem preparados, temos cursos, treinamento e formação. Cada corretor da empresa tem uma página de perfil, contando sobre o trabalho que exerce. Isso contribui para a aproximação dos clientes”, diz Pedro Pote, diretor regional da RE/MAX.

De acordo com especialistas, as vantagens da qualificação valem também para os clientes, que devem exigí-la, seja solicitando a carteira do Creci-MG, avaliando o trabalho ou pedindo auxílio no Sindimóveis/MG para esclarecimento de dúvidas.

Os investimentos são satisfatórios e o desenvolvimento da profissão também.

“Apesar de 2014 ser um ano atípico, com Copa do Mundo e eleição, as expectativas são boas. O mundo estará com os olhos voltados para o Brasil. Será uma ótima oportunidade de desenvolver negócios no mercado internacional”, finaliza Pascoal Santiago.

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Post originalmente publicado em O Tempo.

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