São Paulo – Apesar da poeira e da bagunça, reformas podem valorizar um imóvel e facilitar sua venda. “Uma reforma, a princípio, sempre valoriza o imóvel”, explica Rodrigo Marcondes Ferraz, arquiteto e sócio do escritório FGMF. Porém, alguns cuidados na hora de fazer modificações são essenciais para garantir o sucesso da obra.
A princípio, é importante avaliar o valor de venda e o valor de uso do imóvel. Se a intenção é reformar a casa para vendê-la logo em seguida, os ajustes a serem feitos devem ser mais superficiais, afim de garantir um visual bonito e atrativo para possíveis compradores, gastando o menor valor possível. “O indicado é fazer um pré-orçamento e consultar um avaliador imobiliário para ter o valor de mercado sem a reforma e o valor depois de reformado. Se o valor de mercado do imóvel, somado ao investimento na reforma, for até 20% menor do que o valor que atingirá reformado, encarar a obra é um ótimo negócio”, garante a arquiteta Samira Jarouche.
Porém, tão importante quanto o valor de venda, é o valor de uso do imóvel. “Se a intenção é habitar no apartamento por 20 anos, por exemplo, é claro que qualquer modificação que aumente o conforto do usuário é bem-vinda e vale a pena. Mesmo que signifique alguma desvalorização”, explica Ferraz.
Além de colocar na balança o valor de venda e de uso, vale lembrar que, ao reformar, o gosto pessoal é o que guia a obra. Isso pode desvalorizar um imóvel, caso o comprador não tenha o mesmo gosto que você. Por isso, a designer de interiores Adriana Scartaris recomenda optar sempre pelo o que é mais “clean”. “Para tornar o imóvel mais atrativo é indicado especificar revestimentos básicos e de boa qualidade, como cerâmicas, porcelanatos e granitos neutros, sem muita informação.”
Priorize e pense em soluções reversíveis
Uma dica importante antes de começar o quebra-quebra é criar soluções flexíveis, que podem ser revertidas facilmente no futuro. “Se o projeto for bem pensado, bastará construir uma parede de gesso acartonado no momento da venda para formar novamente um quarto perdido ou ainda isolar a cozinha da sala, por exemplo. Assim, o imóvel tem chance de agradar a vários potenciais compradores”, garante Ferraz.
A reforma também não precisa ser total para melhorar o estado do imóvel. De acordo com o arquiteto e designer de interiores Fábio Galeazzo, setorizar a reforma é importante para priorizar o que realmente necessita reparos.
“É importante um olhar mais afinado para separar a reforma em três partes: entender o que precisa de mudança total, como encanamentos; o que pode ser restaurado, como pintura de paredes; para só então entrar com o que é realmente novo, como janelas ou lareira”, exemplifica Galeazzo.
Apostar no estilo contemporâneo de arquitetura também é apontado pelos especialistas como um fator positivo, que pode valorizar o imóvel e agradar um maior número de futuros interessados. Segundo Ferraz, buscar estilos arquitetônicos de épocas passadas provavelmente desvalorizará o imóvel.
Porém, de acordo com Samira Jarouche, pesquisar a região em que o imóvel está localizado e adaptá-lo de acordo com isso também pode ser um trunfo. “Por exemplo, se a região tiver vocação para complexos de escritórios pode ser bem interessante reformar uma casa mudando o estilo arquitetônico para um loft.”
Outro ponto apontado como certeiro na hora de valorizar um imóvel através de uma reforma é ampliar e melhorar a área de lazer da casa. “Em uma cidade caótica, hostil e tão desprovida de espaços públicos livres, como São Paulo, os espaços externos privados são quase que oásis urbanos e, portanto, muito valorizados”, afirma Ferraz.
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O conteúdo original desse post foi publicado no site O Dia.
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