A queda na taxa básica de juros torna cada vez mais atraente os investimentos na caderneta de poupança. A preocupação em aumentar os recursos disponíveis deste tipo de aplicação para financiar a casa própria é o tema da reportagem de Tonico Ferreira.

Quase 500 mil casas e apartamentos financiados pela poupança foram vendidos em 2011 no Brasil. Um aumento de 17% em relação a 2010. Um recorde histórico em um setor que vem crescendo fortemente desde 2005. E os construtores dizem que 2012 também será bom. “Não tanto quanto no ano passado, mas vai continuar em franco crescimento”, diz um incorporador.

Há um porém. Esse boom exige recursos cada vez maiores da poupança e os depósitos não estão crescendo no mesmo ritmo. Enquanto o volume de financiamento imobiliário aumentou 135% de 2009 a 2011, o saldo da poupança subiu 30,3%.

Esse descasamento entre o que entra e o que sai ainda pode ser sustentado por uns dois anos ou até um pouco mais se o juro básico da economia continuar caindo. Porque como a poupança tem rendimento assegurado, toda vez que o juro cai ela se torna mais atrativa em relação aos outros investimentos. Mas se o mercado imobiliário continuar aquecido, em algum momento será preciso encontrar novas fontes de recursos. Não será fácil, se o objetivo for criar mecanismos com juros próximos aos dos financiamentos com recursos da poupança.

“Essa que é a equação que precisa ser resolvida. Porque a taxa de juros para o financiamento habitacional precisa ser acessível ao comprador do imóvel e por outro lado ela tem que ser atrativa para o investidor”, diz a especialista em construção Ana Maria Castelo.

Atualmente, de cada 100 imóveis financiados no Brasil, cerca de 60 recebem recursos da caderneta de poupança. São casas e apartamentos destinados à classe média, com valor máximo de R$ 500 mil. O presidente da Associação das Entidades de Crédito Imobiliário (Abecip), Octavio de Lazari Junior, acredita que será encontrada uma solução para atender à classe média: “Nós estamos trabalhando há mais de dois anos em outras fontes alternativas, em outros instrumentos para trazer os fundos e os recursos necessários para continuar financiando crédito imobiliário, o crescimento do crédito imobiliário no país”.

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O conteúdo original desse post foi publicado no portal G1 / Jornal Nacional

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