Corretor de imóveis, hoje, conta mais sobre a minha trajetória como palestrante. Larguei tudo e arrisquei. E você, tem coragem? Vem que te conto! Esse conteúdo é publicado sob a licença Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 3.0 Unported.

Há quase três anos tomei uma decisão na minha vida, corretor de imóveis.
Resolvi seguir um sonho: nascia o Palestrante Guilherme Machado, empresa constituída com CNPJ, cujo foco é o desenvolvimento de carreira para os profissionais do mercado imobiliário e da qual sou um colaborador.

Antes deste sonho se tornar real, eu era executivo e sócio de uma grande imobiliária no Espírito Santo. Confesso que na minha vida nada foi fácil. Ralei muito para conquistar o meu lugar. Comecei como corretor de imóveis, fui galgando espaço, sempre buscando aprimoramento pessoal e aprimoramento dos processos já existentes na empresa.

Dessa forma, me tornei gerente comercial, depois diretor comercial, diretor executivo e por fim cheguei a sócio. Um momento incrível na minha vida e, sobretudo, na minha carreira.

Cheguei ao topo, alcancei meu objetivo. Desde o início o meu propósito era alcançar um lugar diferenciado. Tenho muito orgulho disso, afinal, nada caiu do céu e eu trabalhei bastante.

Uma lição importante: aprendi que não são as metas ou objetivos claros que fazem um profissional chegar ao pódio, pois isso muitos têm. No entanto são as nossas escolhas que nos fazem seguir em frente. Há que se estar disposto a renunciar o que precisa ser renunciado para chegar lá. Esta compreensão é para mim o ponto de ruptura entre o querer ser algo e o de fato ser algo.

E eu renunciei muito, mas aos 32 anos vivi o meu apogeu profissional: remuneração na casa dos 6 dígitos, secretária executiva, quase 200 profissionais sob minha gestão direta e indireta, tudo isso alinhado ao respeito perante meus liderados e ao mercado, reconhecimento profissional, status.

Estava em um dos melhores momentos da minha carreira, mas o que ainda não revelei é que nesta trajetória, o meu grande segredo para se destacar foi investir categoricamente em treinamentos para a equipe comercial e administrativa.

Sempre acreditei que essa era a única forma de realmente fazermos a diferença no mercado imobiliário. Precisava de “gente diferente” e de conhecimento horizontalizado.

Nesses anos, tive alguns destaques.
O treinamento desenvolvido para os corretores de imóveis era incrível. Para entrar na imobiliária, o corretor passava por duas entrevistas comigo e por uma capacitação de 60 dias, com aulas práticas e teóricas.

A metodologia era própria e não tinha moleza. Menos de 50% da turma de novos corretores se formavam. Nunca quis aventureiros comigo, fazia de tudo para que aqueles que queriam fazer “um bico” na profissão de corretor de imóveis, que o fizessem bem longe de mim. A pressão era enorme e “o cara” tinha que querer mesmo ser um corretor de imóveis.

Éramos reconhecidos pelo mercado como uma universidade. Corretor que tinha passado pela nossa empresa era visto como um especialista.

Nessa altura você deve estar se perguntando:

– Mas, Guilherme, o título desse artigo é “decisão difícil” e até agora não vi nenhuma decisão difícil feita por você.

Eu sei. Mas não poderia revelar o meu tesouro sem antes inseri-lo nesse contexto que narra um pouco da minha vida profissional.

Aqui começa a parte difícil da história.

Nos últimos anos nesta imobiliária em que era sócio, algo dentro de mim me angustiava, estava inquieto, incomodado, o brilho nos olhos já não era mais intenso.

Amava ministrar os treinamentos, mas sempre acreditava que podia mais. Os altos ganhos financeiros já não eram suficientes. Foi quando em janeiro de 2012 eu tomei uma (se não a mais) difícil decisão da minha vida. Vendi a minha parte da sociedade da empresa e fui responder ao “chamado” que há anos eu sentia: fui ser oficialmente um desenvolvedor de carreira em sua essência, fazendo disso o meu único trabalho. Surgia o Palestrante Guilherme Machado.

Essa transição foi um pouco traumática. Todos me achavam louco, diziam que eu tinha pirado, afinal, tinha chegado ao topo da carreira, do reconhecimento, dos ganhos financeiros. Porém, nada disso fazia mais sentido para mim, não me enchia os olhos, não fazia meu coração disparar, não me dava tesão.

“Como assim vai virar palestrante? Tá louco? É uma carreira muito difícil e você não tem chance” – Diziam os mais próximos.

E sabe de uma coisa, corretor de imóveis? Eles estavam certos, realmente eu fui louco!
Comecei esta jornada de palestrante sem nada estruturado, não tinha escritório, não tinha equipe, não tinha sequer uma palestra e/ou treinamento pronto. Loucura total!

E o pior de tudo… Eu achava que estava pronto para ser um grande palestrante. Foi por isso que logo em fevereiro de 2012, fiz minha primeira palestra profissional. Sim, as pessoas pagaram para me escutar. Quer saber como foi?!

Foi horrível! Deprimente! Muito ruim mesmo. Minha esposa e amigos mais próximos falaram para mim:

– Guilherme desiste. Isso não é para você.

Foi um balde gelado na cabeça!Foi um balde gelado na minha cabeça. Passei dias sem dormir refletindo sobre tudo o que tinha acontecido. Mas NUNCA passou pela minha cabeça desistir. NUNCA. Eu queria entender o que tinha acontecido, afinal, já ministrava palestras e treinamentos há anos e achava que tinha uma boa experiência.

Descobri que tudo era diferente. Uma coisa é ministrar um treinamento para sua equipe, outra coisa é estar de frente com pessoas que você nunca viu na vida, com alto grau de exigência, afinal, eles estão pagando para te ouvir.

E nesta reflexão eu descobri onde estava o meu grande erro para que a minha palestra tivesse sido tão ruim: eu não tinha me preparado. Tinha a convicção de que não precisava de preparação, pois já estava acostumado a fazer aquilo.

Ao chegar até aqui tenho certeza de que você também deve ter me achado um louco, pois somente alguém sem juízo troca uma carreira em ascensão e um salário cobiçado por qualquer mortal por algo completamente incerto.

Hoje, já se passaram quase 3 anos, tenho um sócia e uma equipe de 12 pessoas. Fazemos treinamentos e palestras para diversos segmentos, com destaque para o setor imobiliário que representa mais de 50% do nosso faturamento. Preparamos minuciosamente os nossos conteúdos, temos uma metodologia exclusiva, pois temos consciência da nossa responsabilidade e do compromisso que assumimos com os nossos clientes.

Não tenho vergonha e nem Guilherme Machado - Palestras para o Mercado Imobiliáriome frustro ao reconhecer que minha carreira de palestrante não me remunera financeiramente como na época de executivo do mercado imobiliário. Possivelmente, o investimento que fiz na minha empresa só me dê um retorno real daqui a uns 3 ou 5 anos.

Mas agora eu tenho algo que havia perdido. Tenho brilho nos olhos, sangue nas veias. Percebi que status, dinheiro, poder não são nada se você não faz o que ama.

Sim, a mudança a princípio será drástica, você se questionará, terá medo. Talvez no início você não ganhe nada ou ganhe pouco. No entanto, quando se dedica a fazer algo que te dá prazer, sua percepção de valor muda e o financeiro (apesar de ser vital) passa de alguma forma a ser secundário.

Hoje, sou movido por um grande sonho: Elevar a profissão de corretor de imóveis aos mais altos patamares da legitimidade perante a sociedade. Eu e minha equipe, que sonha comigo, nos dedicamos a isso, construindo conhecimento para os profissionais que querem fazer a diferença.

Conhecimento esse, por exemplo, disseminado em nosso canal de vídeos no Youtube com mais de 200 vídeos gratuitos, onde o profissional pode assistir técnicas de vendas, de negociação, de liderança, de empreendedorismo, entre outros assuntos.

Compartilho minha vivência e prática como corretor de imóveis. Talvez seja por isso que os profissionais se identifiquem e gostem tanto. Somos hoje um dos maiores canais de vídeos nesse segmento.

Temos com isso transformado a vida de muitos corretores e de profissionais de vendas também de outros segmentos que enxergam em nossos vídeos a faísca necessária para a mudança em suas vidas e carreira.

Aprendi que sempre busquei a felicidade, mas por anos não soube o que era felicidade. Meus propósitos eram vagos e vazios. Acredito que muitos não sabem o que pretendem da vida pelo simples fato de nunca terem pensado no assunto. Vivem no “piloto automático”.

Eu, felizmente, tenho ciência da minha vida. Sou o Sr. do meu mundo. Encontrei a minha causa.

Muitos me perguntam:

– Guilherme, se pudesse voltar no tempo, você faria tudo de novo?
Largaria a sua vida de “glamour” para começar algo do zero e sem garantia alguma? Você é feliz?

Minha resposta:

Se pudesse voltar no tempo, faria tudo de novo sem olhar para trás. O que aprendi nesses quase 3 anos, talvez não tenha aprendido nos meus 38 anos de vida. Aprendi a valorizar pequenas coisas e pequenas vitórias. Aprendi a ser gente novamente e a olhar a vida de outra forma.

E se sou feliz? Posso afirmar que me considero muito mais feliz do que há 30 anos e tenho certeza que serei muito mais feliz nos próximos anos. Afinal, a felicidade não é imóvel.

Novos sonhos me motivam, um deles é estar no Jô Soares contando a minha história, inspirando novas práticas, pois é nisso que está a energia necessária para fazer o que amo e o que me dá prazer até mesmo nos momentos em que tenho que lidar com as dificuldades, estresses e sofrimento.

Esse é o “meu difícil”. Espero que de alguma forma tenha inspirado você a encontrar o seu. A jornada é longa e infinita, mas estou com muito tesão de caminhar e descobrir momentos incríveis.

Podemos fazer diferente, corretor de imóveis! Podemos fazer melhor. #quebreasregras #rumoaopodio

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