A Caixa Econômica Federal passou a oferecer, há um mês, uma linha de crédito em que o Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e as despesas cartorárias, como taxa de registro e escritura, podem ser incluídos no empréstimo. A opção é uma alternativa para quem não tem condições de cobrir todos os gastos no momento da compra da casa própria, mas pode pegar dinheiro emprestado com parentes ou amigos temporariamente. A facilidade, porém, exige cálculos e atenção, pois pode encarecer em mais de R$ 11 mil o financiamento de um imóvel no valor de R$ 170 mil, por 30 anos, por exemplo.

Solange Barata Duarte, gerente regional de Construção Civil da Caixa no Rio, diz que qualquer pessoa pode optar por essa modalidade na hora de financiar um imóvel.

O crédito entra no cálculo das prestações do próprio financiamento, seguindo as mesmas condições — taxas de juros e números de parcelas —, desde que não ultrapasse 4% do valor financiado do imóvel. É aí que mora o problema. Se uma pessoa compra um imóvel no valor de R$ 170 mil, as despesas com as certidões e o ITBI giram em torno de R$ 6.200. No fim do pagamento de todas as parcelas, o empréstimo vai sair R$ 11.458 mais caro. É importante ressaltar que os valores dessas taxas variam de acordo com o preço do imóvel, o perfil da pessoa que o está comprando e o local em que o cartório funciona.

Outro detalhe é que o interessado na modalidade continua sendo obrigado a ter o dinheiro no momento de pagar as taxas e o imposto. O cliente procura o banco para iniciar o processo de financiamento, fecha o negócio com o dono do imóvel, paga ITBI e certidões, e retorna à agência com o contrato registrado.

— Então, nós fazemos um ressarcimento do valor. Só liberamos o dinheiro quando o cliente traz o contrato registrado. Depois, esse valor fica incluído no pagamento do imóvel — explica a gerente.

A instituição não tem convênio com cartórios. O financiamento vai direto para o cliente, sem passar por imobiliária ou outra empresa.

— Essa modalidade de financiamento foi criada para o cliente cobrir os custos com o contrato dele — diz Solange.

Gilberto Braga, professor de Finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), afirma que o parcelamento ajuda quem está comprando a casa:

— Muitas vezes, a pessoa não tem recursos para essas despesas. Então, poder financiar alguns desses gastos, a ajuda a montar a casa.

Fique de olho

Contratos separados

O advogado Vinícius Leal, do Procon-RJ, explica que, dependendo da condição financeira do consumidor, o financiamento pode ser a única maneira de adquirir o imóvel. “Ele vai ter que se submeter a isso”, diz. Uma dica é ficar atento no momento de fechar o contrato. “É importante que os contratos (do imóvel e das taxas) sejam separados, que cada um seja específico, a fim de que fique claro e evidente sobre oque se trata”, diz.

Faça as contas

O professor de Finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) Gilberto Braga adverte que é necessário levar em conta que, como será uma taxa parcelada por muito tempo, isso vai pesar no bolso no fim do pagamento. “Calculando as diferenças dos valores, com e sem o imposto e as taxas, nota-se como pesa. Vai aumentar o valor do bem financiado. Por isso, quanto menos valor você financiar, melhor.”

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Post originalmente publicado em Extra.

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7 comments
  1. Um diferença bem grotesca, e então como esplicar esta diferença. Fico no aguardo, pois em 10 dias eu irei para o repasse.

    Marcelo Ferreira

  2. Olá Marcelo e Benjamin,

    Obrigado pela participação e envolvimento de vocês com o nosso blog.

    Informo que este não é um conteúdo produzido por nós e sim uma matéria originalmente publicada no jornal Extra, conforme crédito no final da nossa página.

    Segue link para conferência e esclarecimento de dúvidas: http://iimob.me/2o9

    Até a próxima.

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