O custo nacional da construção, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Caixa Econômica Federal, fechou dezembro com o valor médio de R$ 855,44 o metro quadrado, sendo R$ 453,79 relativos aos materiais e R$ 401,85 a mão de obra.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Caixa Econômica Federal, a Região Sul foi a área do país onde os custos da construção mais subiram em 2012. É o que mostra o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelas duas instituições e divulgado nesta quinta-feira (10) pelo IBGE.
Enquanto a média nacional fechou o ano com uma elevação de 5,68% no acumulado dos últimos 12 meses (apenas 0,03 pontos percentuais a mais que em 2011), a Região Sul teve uma alta de 7,96% no mesmo período.
Além do Sul, outras duas regiões tiveram aumentos acima da média nacional: Norte, com 6,53%, e Centro-Oeste, com 6,26%. Por outro lado, o crescimento ficou abaixo da média no Sudeste (5,18%) e no Nordeste (4,95%). O fator que mais contribuiu para a elevação dos custos em todo o Brasil foi a elevação do valor da mão de obra.
Apesar de terem subido menos que a média nacional em 2012, os custos da construção no Sudeste fecharam o ano como os mais altos do país. Enquanto o valor médio do metro quadrado no território nacional (que inclui gastos com materiais e mão de obra) fechou dezembro em R$ 855,44, no Sudeste esta cifra foi de R$ 886,58.
Desse valor médio nacional de R$ 855,44, as despesas com materiais ficaram em R$ 453,79 e com mão de obra em R$ 401,85. Os valores são superiores aos registrados em dezembro de 2011, quando esses números foram, respectivamente, de R$ 446,35 e R$ 363,30.
Veja o que a pesquisa do IBGE e da Caixa revelou sobre os custos da construção em cada região do país.
Região Sul
Essa foi a região onde os custos de construção mais subiram no Brasil em 2012. O estado que registrou a maior variação anual foi Santa Catarina, onde os preços subiram 10,18% no ano.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (SindusCon) de Florianópolis, Hélio Barros, o motivo da alta é a escassez de mão de obra, que também está com custo acentuado.
O valor médio do metro quadrado na Região Sul fechou dezembro em R$ 867,62. O Paraná registrou o maior preço médio do metro quadrado no mesmo mês (R$ 897,12) na região, e a segunda maior variação do ano entre todos os estados (9,19%).
Região Sudeste
Apesar de os preços terem subido mais na Região Sul, o valor médio mais alto do metro quadrado foi registrado na Região Sudeste (R$ 886,58). Além disso, em dezembro de 2012, o estado do Rio de Janeiro era o mais caro para se construir, não só na Região Sudeste, mas em todo o Brasil, com o preço médio do metro quadrado de R$ 965,60.
Região Norte
Depois da Região Sul, o Norte foi a parte do país onde os custos de construção mais cresceram em 2012. O aumento de 6,53% fez com que o valor médio do metro quadrado terminasse o ano em R$ 873,05. Encabeça a lista o estado do Acre com o preço do metro quadrado por R$ 948,48, em dezembro.
Segundo Carlos Afonso, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Acre (SinduCon-AC), o preço do material é o grande responsável pelo alto valor do preço do metro quadrado.
“O valor dos insumos são muito altos. A brita custa R$ 200 o m³ no Acre, enquanto em Porto Velho (RO) custa R$ 85 o m³. O cimento é muito caro por conta do transporte. Não temos uma infraestrutura que facilite o transporte. A rodovia BR não oferece boas condições. Tudo isso junto resulta na alta no preço da construção. Aqui só produzimos areia e tijolo cerâmico, os outros materiais são importados de outros lugares. O nosso ICMS é de 17%, encarecendo ainda mais o insumo”, explica Afonso.
Rondônia, que terminou dezembro com o custo de R$ 910,69 o metro quadrado da construção, ficando em terceiro lugar na região, sofre com a escassez de mão de obra.
Segundo Chagas Filho, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Rondônia (SinduCon-RO), muitos trabalhadores do setor foram contratados para atuar nas obras das usinas de Jirau e Santo Antônio, projetos que fazem parte do Pacote de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal, o que acarretou na diminuição de mão de obra.
“Ficamos sem trabalhadores e precisamos contratar mão de obra de outros estados e municípios. O dissídio coletivo foi para uma média de 32%, enquanto no restante do país está na faixa de 8% a 10%. A especulação imobiliária é o segundo fator. Não tinha como não encarecer o custo da construção”, explica Chagas Filho.
Região Nordeste
A Região Nordeste foi a que apresentou a maior aceleração no custo regional no mês de dezembro, a variação foi de 1% contra 0,13% da Região Sudeste, que teve a menor. Mesmo assim, fechou o acumulado do ano 1,18% menor que o ano anterior.
O estado do Rio Grande do Norte foi o que apresentou a maior variação mensal da região, com um aumento de 3,82% no ano, deixando o valor do metro quadrado em dezembro em R$ 765,59, mas o maior preço está no Maranhão, onde o metro quadrado fechou o mesmo período custando R$ 871,01.
“O reajuste no valor da mão de obra também ajuda a aumentar a variação. Tivemos que pagar o dissídio no final de novembro, acarretando na alta no mês subsequente”, explica Arnaldo Gaspar Junior, presidente do SindusCon-RN.
Centro-Oeste
O preço médio do metro quadrado na Região Centro-Oeste era de R$ 865,30 em dezembro de 2012, e o estado mais caro para se construir nessa época era o Distrito Federal, com preço médio de R$ 905,27.
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